2013/09/28

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TUDO NA MESMA


A 29 de Setembro os austríacos elegem um novo Parlamento. No final de uma campanha morna, o resultado pode ser, como muitas vezes, uma enorme coligação. A menos que os partidos nacionalistas criem alguma surpresa.
Thomas Glavinic
A 29 de Setembro a Áustria elegerá o seu Parlamento. Quem quiser perceber a política austríaca tem de saber duas coisas essenciais.
A primeira é que um quarto dos austríacos vive em Viena. Viena domina o resto do país como nenhuma outra cidade na Europa, com exceção de Londres.
Na Alemanha os berlinenses podem virar-se para Hamburgo ou Munique, que são cidades dignas de interesse, enquanto as capitais regionais austríacas Graz, Linz, Salzburgo têm de 100 a 250 mil habitantes, algumas até menos. A título comparativo: Viena tem 23 bairros e no chamado “Favoriten” (os favoritos), moram quase 180 mil vienenses.
A segunda coisa a reter é que Viena se resume à cidade intramuros, pelo menos politicamente falando. Nos três quilómetros quadrados do 1º bairro da cidade estão concentrados a maioria dos ministérios, o Hofburg (residência da presidência) e o Parlamento. Funcionários, deputados e ministros almoçam juntos, ou com jornalistas, e todos se tratam por tu, qualquer que seja o partido. Quem esteja de fora tem de estar a par desta particularidade austríaca, desta intimidade, deste clima: conhecemos as pessoas de quem não gostamos, algumas “de vista”, mas conhecemo-las. Até porque aqui toda a gente se conhece. Estes três quilómetros quadrados são a Áustria política.
Não admira, portanto, que os partidos dificilmente se distingam uns dos outros até mesmo no que respeita à maioria das questões de fundo. Isto não obsta a que as figuras de primeiro plano sejam claramente identificáveis.
Desde 2007, um membro do SPÖ (Partido Social-Democrata) está à frente da chancelaria federal. Werner Faymann é um dos personagens mais nebulosos que alguma vez liderou o SPÖ. Algures entre o banqueiro e o diretor de escola, julga-se perto do povo e aparenta transparência permanente. É um enigma que ninguém parece disposto a resolver.

Oposição divertida


















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