Estados Unidos - Os super-ricos estão mais ricos
Texto: Robert Reich | 24/09/2010 |www.alternet.org
Apenas duas vezes antes, na história americana, tão poucos ganharam tanto. Mas a opção do governo americano é manter as reduções de impostos para os mais ricos.
Os super-ricos ficaram ainda mais ricos este ano e são ainda os que pagam menos impostos para apoiar a educação, formação profissional e criação de empregos. Segundo a pesquisa anual da revista “Forbes”, agora divulgada, o património líquido combinado dos 400 americanos mais ricos subiu 8% este ano, para US$1,37 triliões. A riqueza cresceu para 217 membros da lista, enquanto que para 85 decaiu.
Por exemplo, Charles e David Koch, os magnatas da energia que “investem” grandes somas de dinheiro nos cofres republicanos e nos grupos de extrema direita de toda a América, cada um ganhou US$5,5 biliões no ano passado. Cada um vale agora US$21,5 biliões.
"Wall Street" continua a dominar a lista, 109 dos 400 mais ricos estão nas finanças ou investimentos. De uma outra pesquisa, ficámos a saber que os 25 gestores de topo de fundos de investimento tem um rendimento médio de US$1 bilião cada um, mas pagou em média de 17 por cento em impostos (porque muito do seu rendimento é considerado lucro de capital, tributado a 15 por cento, graças aos cortes de impostos do tempo de Bush).
O resto da América está mais pobres, é claro. O número de americanos em situação de pobreza subiu para o ponto mais alto desde o pós-guerra. O salário médio continua a deteriorar-se. E cerca de 20 milhões de americanos não têm trabalho. Apenas duas vezes antes, na história americana, tão poucos tiveram tanto e a diferença entre eles e a grande maioria foi - no final de 1920, e na era dos barões ladrões na década de 1880.
E os cortes fiscais de Bush, de 2001 e 2003, que conferiram quase todos os benefícios aos ricos, mantêm-se. Os Democratas decidiram atrasar uma votação sobre legislação que poderia inverter este panorama para mais tarde.
Quando é que os governos irão aprender?
*Robert Reich é professor de políticas públicas no Richard e Rhoda Goldman School of Public Policy da Universidade da Califórnia, Berkeley. Foi secretário do trabalho na administração Clinton.
