2011/07/30

A Crise Também É Um Negócio!!

O milionário Warren Buffett, o terceiro homem mais rico do mundo de 2011 segundo a revista Forbes, comentou um dia as reduções multimilionárias aos impostos dos mais ricos dos EUA, fazendo notar que a sua empregada doméstica tinha uma taxa de imposto maior que ele. Para Buffett era claro que se vive uma guerra de classes e que, diz ainda, a classe dele «está a ganhar esta guerra.» 
Quando ouvimos que a crise toca a todos e que é uma espécie de peste negra que une a pátria esbaforida em uníssono, devemos perceber que no barco não estamos todos. Parte daqueles cujos interesses comandaram o Titanic luso já estão em bom porto. Segundo a revista Exame, os ricos estão mais ricos. As 25 maiores fortunas em Portugal somam 17,4 mil milhões de euros, 10,1% do PIB português, o que corresponde a uma subida de 17,8% face a 2010 . 
Quando nos falam em crise pedem-nos sacrifícios, mas são sempre os mesmos que os fazem. Quem trabalha vai passar a ser despedido com uma mão à frente e outra atrás, os transportes vão aumentar, a saúde será tendencialmente paga a preço de custo e o ensino superior será só para quem tem dinheiro. 
Esta crise é uma revolução política que dará aos mais ricos todo o poder e muito mais dinheiro. 
Nuno Bragança escreveu em A Noite e o Riso: «Os pobres são os degraus da escada que conduz os ricos ao céu.» Uma coisa é certa, no fim desta crise os ricos estarão no paraíso. Adivinhe quem vai estar no inferno.

2011/07/28

Restaurantes onde só se paga o que se pode pagar!!

Ron Shaich, fundador dos cafés “Panera Bread”, é uma voz que fala para os mais desfavorecidos e com ideias diferentes. No ano passado, Shaich começou algo novo em Clayton, no Missouri. Abriu uma “Panera Bread - pay-what-you-can café” - Café Paga o que Podes - e tem sido um enorme sucesso, tanto que, desde então, ele abriu mais dois espaços - em Dearborn, Michigan, e Portland, Oregon. O objetivo, agora, é abrir mais em diversas comunidades em todo o país (EUA) – sempre com base no princípio de que as pessoas com mais meios podem ajudar a compensar aquelas com menos.
E esta lógica foi confirmada. Usando o slogan, "Coma o que precisa, deixe a sua parte", os cafés estão a funcionar muito bem. Shaich afirma que 60 por cento dos clientes pagam o preço sugerido, 20 por cento pagam mais, e outros 20 por cento pagam menos ou nada. O valor líquido médio é aproximadamente 80 por cento do preço de venda sugerido e as lojas estão a gerar receitas bem acima de seus custos. Curiosamente, não há caixas registadoras e o que conta é a humildade e a generosidade, só há recepcionistas e caixas de doações para preservar a dignidade e recolher ofertas. Mais ainda, alguns daqueles que não podem contribuir monetariamente oferecem o seu tempo e trabalho o que, por sua vez, reduz os custos operacionais do negócio.
Para Shaich existe uma imagem maior: "A visão para o “Panera Bread” Café é usar as suas capacidades como restaurante para atender às reais necessidades da sociedade e ter um impacto direto nas comunidades. Assim, a Fundação desenvolveu estes cafés comunitários para fazer a diferença, abordando as questões de insegurança alimentar que afetam milhões de americanos. " Mais de 50 milhões, para ser exato.
Embora alguns possam considerar este esforço como um exemplo de socialismo, o “Panera Bread” tem um valor de mercado de $4 biliões e emprega 60.000 funcionários e é, acima de tudo, mais um exemplo de capitalismo consciente em ação. Com a “Panera Cares Foundation”, Shaich divide a riqueza através de um empreendimento que tem como base o conceito de que o alimento é um direito, não um privilégio. 
A ideia surgiu após Shaich e a sua família passarem algum tempo a fazer voluntariado em cozinhas públicas e armazéns de alimentos - uma actividade regular para a família Shaich. Acabaram por chegar á conclusão de que as filas de espera para receber alguma comida são desumanizantes e pouco dignificantes.
Mas os Café “Panera Bread” não são caso único nos Estados Unidos, há mais exemplos destes em Denver, no Colorado - os SAME – que também estão espalhados um pouco por todo o país. Em Red Bank, New Jersey, - o Soul Kitchen – criado pelo músico Bon Jovi. E há muitos outros espaços criados com a intenção de servirem de apoio comunitário e não importa os meios, o objetivo final é o mesmo em cada um desses casos: alimentar as pessoas como um serviço à comunidade e com dignidade. 

2011/07/27

É sempre engraçado vizualizar aquilo de que se fala...

No dia 27 de Julho pelas 17 horas as dívidas de vários países eram:





Para ficarem com uma ideia actualizada destas coisas das dívidas vão espreitar este relógio

Dever dinheiro só a sério...

Vejam uma imagem do que é dever dinheiro....

Visitem este endereço: Divida dos Estado Unidos





"1 milhão de dólares - Não é tanto como pensava, pois não?
Mesmo assim representa 92 anos de trabalho para muitos cidadãos do ocidente"

2011/07/26

Estes não são convites para violar...

O Governo escocês faz campanhas periódicas para reduzir os ataques sexuais sobre as mulheres.Aqui ficam dois exemplos.
 O que parece ser necessário tendo em conta os resultados de uma pesquisa realizada em 2010 no Reino Unido .
Entre os entrevistados do sexo masculino:

  • 10% não acreditam é uma violação do fato de um homem forçar a sua parceira a fazer sexo quando ela não quer.
  • 23% acreditam que, se uma mulher usar vestidos provocantes, é parcialmente responsável se ocorrer uma violação.
  • 11% acredita que se uma mulher aceitar uma bebida num bar e conversar com um desconhecido é, em parte, responsável se ocorrer uma violação.
Este é talvez um bom momento para lembrar que esta também não é uma licença para violar.
 (Campanha do Governo escocês)

Vale sempre a pena ter presente!!!

2011/07/21

Alterações climáticas e a paz... é patético

Afinal para o Conselho de Segurança das Nações Unidas as alterações climáticas não fazem parte das suas atribuições... a sobrevivência dos povos não é uma questão importante para a Paz!! Ele há cada uma...



"O Conselho de Segurança das Nações Unidas recusou-se hoje a aceitar que as alterações climáticas são uma questão determinante para a paz e segurança internacional. Segundo o “The New York Times” a embaixadora dos EUA na ONU, Susan Rice, vociferou com os seus colegas pela falta de ação, dizendo: "Isto é mais que decepcionante. É patético." Esta é a primeira vez desde 2007 que o Conselho debateu uma declaração sobre as mudança climáticas. Foi levada a debate pela Alemanha, que preside ao Conselho de Segurança este mês.
Enquanto o Conselho se recusou a aceitar as alterações climáticas como parte de sua competência, a declaração final após o debate destacou, "a preocupação de que os possíveis efeitos adversos das mudanças climáticas podem, a longo prazo, agravar certas ameaças existentes para a paz e a segurança internacionais."
Achim Steiner do Programa Ambiental da ONU alertou para o facto de que crises recentes, como a fome na Somália, mostram que "a nossa capacidade de lidar com esses tipos de eventos está a ser um desafio, especialmente se ocorrem simultaneamente e começam a afetar, por exemplo, os mercados globais de alimentos, criando questões alimentares regionais de segurança com a deslocação de pessoas, criando refugiados através das fronteiras". Salientou que em 2010, 42 milhões de pessoas foram deslocadas devido a desastres naturais, 90 por cento dos quais relacionadas com as condições meteorológicas.
Rússia, Índia e Brasil estão entre os países que questionam se o Conselho de Segurança se deve envolver nas questões das alterações climáticas, caracterizando o tema como estando além do alcance do Conselho.
Marcus Stephen, presidente da pequena nação da ilha de Nauru, que está ameaçada de destruição pelos níveis do mar, pediu que o Conselho considerasse a questão, dizendo que as alterações climáticas, "são uma ameaça tão grande como a proliferação nuclear ou o terrorismo, e tem o potencial de desestabilizar governos e inflamar conflitos. Exorto-vos: não enterrem a cabeça na areia. Aproveitem esta oportunidade para liderar."
Em contraste, os militares dos EUA, que não são conhecidos pelos seus pontos de vista liberais, reconheceram e estão a preparar-se ativamente para os efeitos das alterações climáticas na segurança nacional. Em 2009, o ex-chefe da Central de Comando Geral, Anthony Zinni, escreveu: "Ou pagamos para reduzir as emissões de gases que provocam o efeito estufa hoje, ou vamos sofrer prejuízos económicos. Vamos pagar o preço mais tarde em termos militares, o que irá envolver vidas humanas."
Foto: Oxfam África Oriental via Flickr - The New York Times