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Parlamento Europeu quer reduzir para
metade desperdício de alimentos na UE até
2025
Na UE, são anualmente desperdiçados
cerca de 50% dos alimentos em condições comestíveis. O Parlamento
Europeu aprovou dia 19 de Janeiro um relatório pedindo à Comissão
que tome medidas urgentes para reduzir para metade o desperdício
alimentar até 2025. Os eurodeputados propõem, por exemplo, a
etiquetagem com duplo prazo de validade (data-limite de venda e
data-limite de consumo) e a modificação do tamanho das embalagens
para ajudar os consumidores a comprar a quantidade adequada.
Segundo dados da Comissão, a produção
anual de resíduos alimentares nos 27 Estados-Membros da UE ascende a
cerca de 89 milhões de toneladas, isto é, 179 kg por pessoa. Se não
se tomarem medidas preventivas adicionais, o volume global de
desperdício alimentar atingirá, em 2020, 126 milhões de toneladas,
ou seja, um aumento de 40%.
Na UE vivem 79 milhões de
pessoas abaixo do limiar de pobreza, 16 milhões das quais recebem
ajuda alimentar através de instituições de beneficência,
relembram os eurodeputados.
O Parlamento Europeu manifesta a sua
preocupação pelo facto de, diariamente, se deitar fora na UE uma
quantidade considerável de alimentos em bom estado. "O
desperdício de alimentos representa um problema ambiental e ético e
tem custos económicos e sociais, o que coloca desafios no contexto
do mercado interno, tanto para as empresas como para os
consumidores", sublinha a resolução hoje aprovada por larga
maioria.
Os desperdícios ocorrem ao longo de
todos os elos da cadeia agro-alimentar - campos agrícolas,
indústrias de transformação, empresas de distribuição e casas
dos consumidores.
Os eurodeputados avançam com uma série
de sugestões para reduzir o desperdício alimentar na UE e pedem à
Comissão que adopte medidas concretas neste sentido.
Prazo de validade e tamanho das
embalagens
A etiquetagem com duplo prazo de
validade (data-limite de venda e data-limite de consumo) e as vendas
com desconto de produtos que se encontrem perto do prazo de validade
ou danificados são algumas das ideias avançadas pelos
eurodeputados.
Segundo dados da Comissão, 18% dos
cidadãos europeus não compreendem o rótulo "consumir de
preferência antes de". O PE pede ao executivo comunitário e
aos Estados-Membros que clarifiquem o significado das datas indicadas
nos rótulos ("consumir de preferência antes de", "prazo
de validade", "data-limite de consumo"), a fim de
reduzir a confusão dos consumidores relativamente à comestibilidade
dos alimentos.
A modificação do tamanho das
embalagens para ajudar os consumidores a comprar a quantidade
adequada é outra das medidas propostas na resolução parlamentar.
As vantagens de oferecer mais produtos
alimentares a granel devem também ser avaliadas.
Programas de educação para a
alimentação
O PE desafia os Estados-Membros a
promoverem campanhas de sensibilização e a incentivarem a
introdução de programas de educação a todos os níveis do ensino,
nomeadamente superior, que expliquem, por exemplo, como armazenar,
cozinhar e eliminar os alimentos.
Escolha de serviços de restauração
que redistribuam aos mais carenciados
Os eurodeputados pedem também à
Comissão que estude eventuais modificações das normas que
disciplinam os contratos públicos para os serviços de restauração
e hotelaria, a fim de privilegiar, ao nível da adjudicação de
contratos, as empresas que garantem uma redistribuição gratuita dos
produtos não distribuídos (não vendidos) às categorias de
cidadãos sem poder de compra.
O PE apela ainda a uma reorientação
das medidas de apoio a nível da UE em matéria de distribuição de
géneros alimentares aos cidadãos menos favorecidos, da ajuda
comunitária para a distribuição de leite e produtos lácteos nas
escolas e do programa de fomento do consumo de fruta nas escolas, a
fim de evitar o desperdício alimentar.
*Sessão plenária Agricultura −
19-01-2012 - 13:26